Suspensão de leilão de energia gera incertezas para o setor em Macaé
Representantes da indústria energética alertam sobre impactos do cancelamento do certame previsto para este ano
Reunião na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico discutiu os efeitos do cancelamento do leilão de energia para Macaé e o estado
A suspensão do Leilão de Reserva de Capacidade pelo Ministério de Minas e Energia trouxe apreensão ao setor energético, especialmente em municípios como Macaé, que têm forte presença de termelétricas e atividades ligadas à geração de energia. Na sexta-feira (9), representantes da Prefeitura de Macaé receberam executivos da área energética na sede da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico para debater os impactos do cancelamento do certame, originalmente previsto para o primeiro semestre de 2025.
O leilão, promovido pelo governo federal por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), tem como objetivo garantir a contratação de potência elétrica para manter a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), especialmente nos períodos de alta demanda ou baixa produção de outras fontes. No entanto, uma disputa judicial entre grupos concorrentes levou à publicação do cancelamento no Diário Oficial da União do dia 4 de abril, sem nova data definida para a retomada.
Durante o encontro, o setor demonstrou preocupação com o adiamento e a falta de previsibilidade. Segundo os empresários, o ime afeta diretamente os investimentos e o planejamento das operações no estado. "Para o setor, esse adiamento foi muito negativo. A realização do leilão ainda este ano é fundamental para garantir a continuidade da operação das termelétricas já instaladas no Rio de Janeiro", destacou Jean-Philippe de Oliveira, representante de uma das empresas participantes.
O Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Vianna, reforçou a necessidade de segurança regulatória para manter a atratividade de Macaé como polo energético. Representado na reunião pela chefe de gabinete da pasta, Mariana Previtalli, e pelo coordenador de Indústria, Comércio e Serviços, Alessandro Barros, Vianna defendeu a urgência de uma nova definição para o leilão. "Esse processo é essencial para os projetos futuros e a estabilidade das atividades econômicas no município e no estado", afirmou.
Também participaram do encontro a assessora especial da Secretaria Municipal de Governo, Mahisa Gaspio, e a servidora da Secretaria Executiva de Políticas Energéticas, Laisa Porto, reforçando o engajamento do poder público municipal nas discussões sobre os rumos da matriz energética e sua importância estratégica para a economia regional. A expectativa do setor é que o leilão seja remarcado ainda em 2025, mediante nova consulta pública que reveja as diretrizes e a metodologia de contratação.
Fonte: O Dia