Universo Cultural 6q4jk RJNEWS /coluna/universo-cultural Coluna Universo Cultural no site RJNEWS /coluna/universo-cultural /hf-conteudo/s/layout/logo_ba3a032a6855389c766e98a652e6c33f.png Universo Cultural 6q4jk RJNEWS pt-BR HOTFIX PRESS hourly 1 Copyright 2025 www.rjnewsnoticirjnewsnoticias-br.informativocarioca.com.br http://press.hotfix.com.br/ É NATAL. MEUS PÊSAMES f563v /coluna/universo-cultural/323-e-natal-meus-pesames.html <![CDATA[Universo Cultural]]> /coluna/universo-cultural/323-e-natal-meus-pesames.html Tue, 20 Dec 2022 10:17:01 -03 <![CDATA[<p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Há 22 anos os jornais locais de Maca&eacute; amanheciam o dia 25 de dezembro com uma manchete natalina tenebrosa: “Assassino de Papai Noel Ataca Mais Uma Vez”.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">No Natal de Maca&eacute;, tão tradicional quanto o perú servido na mesa era um Papai-Noel servido ao rabecão do corpo de bombeiros.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">O assassino agia sempre com precisão e nunca deixava pistas. O <i>modus operandi </i>nunca mudava: o velho era sempre encontrado com o pescoço cortado e o corpo era abandonado vestido com a roupa do Bom Velhinho, mas sem a barba postiça.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ao longo dos anos, inúmeros delegados, investigadores, psic&oacute;logos e voluntários se dedicaram a tentar encontrar o autor ou autores desses crimes tão bárbaros em uma &eacute;poca tão bela.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Mães protegiam seus filhos das manchetes de jornais. Uma geração inteira de macaenses cresceu traumatizada.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Muitos velhinhos se recusavam a encarnar a figura de Papai Noel com medo do terrível fim.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Houve anos em que foi necessário importar Papais No&eacute;is de outras cidades. At&eacute; que se chegou &agrave; conclusão de que era sempre um e apenas um Papai Noel morto por Natal.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Os funcionários da Secretaria de Segurança Pública já estavam acostumados com o vexame anual, a pressão da imprensa e dos cidadãos. Mas de nada adiantava. O Assassino de Papai Noel continuava oculto e impune.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Na Câmara Municipal foi aprovada a construção de uma estátua em homenagem ao Papai Noel An&ocirc;nimo.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Este ano seu Nelson saiu de casa vestido de Papai Noel, como fazia há anos na sua cidade de origem, para distribuir presentes aos moradores de rua.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Para ele o Natal era mais que uma data: era um momento mágico. Uma oportunidade de voltar a ser criança, de acreditar no milagre da vida, de chegar mais perto do verdadeiro ser humano, da sua ingenuidade, do verdadeiro amor: o maior presente que algu&eacute;m pode querer receber.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ele acabara de chegar &agrave; Maca&eacute; para morar com a filha e, apesar dos muito pedidos da família, estava decidido a manter sua tradição pessoal.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Seu Nelson tinha ouvido e lido sobre o Assassino de Papai Noel. Tinha pensado muito sobre que tipo de pessoa poderia desenvolver este &oacute;dio pelo espírito de Natal.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ele queria mais que entender os motivos deste monstro: queria encontrá-lo, cara-a-cara, olhar dentro dos olhos e sentir suas motivações.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Perto da meia-noite saiu inc&oacute;gnito para que ningu&eacute;m o impedisse ou acompanhasse.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Vagou pelas ruas quase desertas de Maca&eacute;. Quase, porque encontrou alguns moradores de rua, bêbados, doentes mentais, mendigos a quem ofereceu pequenos presentes e trocou olhares profundos e abraços calorosos com palavras de esperança.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Continuou sua caminhada aparentemente sem rumo. Aparentemente, porque ele sabia exatamente o que queria encontrar. E encontrou: uma pancada na nuca desligou todos os seus sentidos imediatamente.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Já era alta madrugada quando seu Nelson acordou com uma forte dor na cabeça e a visão turva.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">&Agrave; medida que foi recobrando os sentidos, o medo tomou conta dele.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Estava em uma praia completamente deserta. Não havia nenhuma outra pessoa. De um lado o mar revolto, do outro restinga e escuridão. Luz, apenas a que vinha da lua.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">O medo transformou-se em choque quando ele conseguiu divisar a figura &agrave; sua frente.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Não restou qualquer dúvida: aquela mistura de anjo e dem&ocirc;nio, aquelas mãos enluvadas segurando uma faca de lâminas cortantes at&eacute; de olhar, com aqueles olhos ao mesmo tempo frios, carentes e úmidos s&oacute; poderiam ser dele: o Assassino de Papai Noel. Ou melhor, dela: a Assassina.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Era um belíssimo rosto que ora demonstrava &oacute;dio, ora um início de choro quase infantil.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Sentiu a presença da morte no vento que vinha do mar, no silêncio a sua volta, que s&oacute; era interrompido pelo barulho das ondas do mar revolto quebrando na praia, no arrepio da pele e no gelo que tomou conta do seu corpo.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">A morte, em fim, era gelada, tinha cheiro de maresia e a imagem de um mar em fúria.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">ou pela sua cabeça tentar dominar a Assassina, mas logo percebeu que seria inútil. Apesar de ser uma figura franzina, ela estava armada. Tomada por uma mistura de &oacute;dio e desespero. Ela o mataria de qualquer jeito.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Com o pânico de quem vê o pr&oacute;prio fim, seu Nelson s&oacute; conseguiu fazer uma pergunta:</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Por quê?</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ela não respondeu &agrave; pergunta. Mas avançou para ele com sua faca erguida na mão direita. Com a mão esquerda puxou-lhe a barba enquanto repetia:</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Você não &eacute; de verdade. Nada &eacute; de verdade. Você não existe. Nada existe.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ele já sentia a faca roçar-lhe o pescoço quando um grito pareceu paralisar o tempo.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Repentinamente a Assassina ganhou um olhar chocado. Parecia que o medo havia quebrado seu estado de &oacute;dio e histeria.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Sua barba... &Eacute; de verdade! &ndash; Disse com voz quase infantil.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- &Eacute;... &Eacute; de verdade. &ndash; Ele conseguiu responder, apesar do medo &ndash; Eu sou de verdade.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Não! Não &eacute;. - Gritou hist&eacute;rica - Você &eacute; uma mentira. E tudo que você diz &eacute; mentira. Você não existe, não existe.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Eu existo. E se você não me destruir eu vou continuar existindo.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ainda em posição de ataque a Assassina afastou-se um pouco com os olhos fixos em seu Nelson. Ela agora alternava curtas risadas de surpresa com choro convulsivo.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Tomado por uma coragem repentina, seu Nelson perguntou novamente:</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Por quê? Por que matar Papai Noel? &ndash; Agora, involuntariamente, ele falava como quem fala a uma criança &ndash; Matar Papai Noel?! O símbolo do Natal, do amor, do...</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- O símbolo de nada &ndash; ela gritou novamente &ndash; O símbolo da mentira. Você &eacute; uma mentira.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Mas você ainda não me respondeu por quê.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Porque você não trouxe nada pra mim. &ndash; Disse ela, dessa vez com uma voz especialmente infantil. &ndash; Você trouxe tudo para as outras crianças e não trouxe nada, nada pra mim. Eu s&oacute; pedi a minha mãe de volta. E você não trouxe nada. Por quê? - Agora, enquanto falava, ela começou a soluçar &ndash; E quando eu puxei a sua barba eu vi que era de mentira. Por isso eu te bati. Com força.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Seu Nelson agora era pura piedade.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- E você sabe o que o meu pai fez comigo? &ndash; Continuou ela, agora em choro aberto, com um olhar que parecia em um ado distante &ndash; Ele me levou para o quarto e me bateu. Me bateu at&eacute; eu desmaiar. Eu s&oacute; tinha nove anos. Depois ele me trancou no quarto escuro.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Seu Nelson juntou o pouco de coragem que ainda lhe restava e perguntou:</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- E depois?</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Depois eu nunca mais vi o meu pai. Ele morreu naquela mesma noite. &ndash; O olhar agressivo voltou repentinamente. Já não era mais a menina indefesa de instantes atrás. A Assassina voltara, com seus olhos frios e úmidos. &ndash; Morreu com a garganta cortada, como você vai morrer. Você não existe.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ela avançou novamente pra seu Nelson. Desta vez obstinada.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Foi uma mistura de instinto de defesa e piedade que o fez gritar:</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Então me mate. &ndash; ela parou em choque &ndash; Se isso vai fazer com que você tenha tudo: o amor e a fantasia que nunca lhe deram, então em me dou pra você. Sou o seu presente de Natal. Pode me matar.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ela então parou, com os olhos fixos nos olhos dele.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">- Venha! Satisfaça a sua vontade, me mate.- Pela primeira vez ele conseguiu erguer a voz com firmeza.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Ainda com o olhar fixo no dele, a Assassina foi recuando. Andando de costas lentamente.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">&Agrave; medida que se afastava seu rosto foi tornando-se cada vez mais angelical, seu olhar mais ameno.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Deixou cair a faca de sua mão e continuou caminhando para trás. Um leve sorriso formou-se em seu rosto e lindos olhos infantis brilharam em sua face. Uma risada inocente ecoou no ar. Mais leve e mais poderosa que todo barulho das ondas. Retirou as luvas e mãos delicadas apareceram.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Naquele momento já não era mais a Assassina de Papai Noel.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Era uma menina de nove anos, inocente e feliz, que se entregou de presente ao mar atrás de si.</p><p align="justify" class="western" lang="pt-BR">Um mar tão revolto quanto o ado que a levara at&eacute; ali.</p><div><br> </div>]]> <![CDATA[&lt;p align=&quot;justify&quot; class=&quot;western&quot; lang=&quot;pt-BR&quot;&gt;H&aacute; 22 anos os jornais locais de Maca&amp;eacute; amanheciam o dia 25 de dezembro com uma manchete natalina tenebrosa: “Assassino de Papai Noel Ataca Mais Uma Vez”.&lt;/p&gt;&lt;p align=&quot;justify&quot; class=&quot;western&quot; lang=&quot;pt-BR&quot;&gt;No Natal de Maca&amp;eacute;, t&atilde;o...]]> Da Importância de Começar 2k4z4b /coluna/universo-cultural/295-da-importancia-de-comecar.html <![CDATA[Universo Cultural]]> /coluna/universo-cultural/295-da-importancia-de-comecar.html Tue, 04 Oct 2022 15:06:06 -03 <![CDATA[<p>Olá, você que acompanham o RJ News Notícias!</p><p>Meu nome &eacute; H&eacute;lder Santana. E não sei bem se a melhor forma de me apresentar &eacute; a que vem a seguir. Todos temos tantas características, jeitos de ver e de sermos vistos, que qualquer definição de um ser humano &eacute;, por definição, incompleta. Mas, vamos lá: sou publicitário, ator e produtor audiovisual. Desde 2005 atuo na comunicação pública governamental de nossa cidade, bem como em diversos projetos culturais ao longo dos anos. </p><p>A estreia aqui no Maca&eacute; News &eacute; um evento que vem sendo adiado por muito, muito tempo. E a razão disso foi a falta de resposta para um única pergunta: por onde começar? Com tanto conteúdo produzido online por que seria importante mais um voz?</p><p>A resposta, que me vem &agrave; mente &eacute;: independente do quanto se tenha escrito sobre qualquer assunto, cada visão &eacute; única, peculiar e importante. E a troca de ideias &eacute; uma oportunidade de inspiração, aprendizado e crescimento.</p><p>Então, convido você a estar comigo, de agora em diante, aqui nesse espaço para falarmos sobre arte, comunicação, cotidiano, audiovisual e tudo mais que nossa curiosidade nos inspirar.</p><p>Para que possamos tornar este espaço cada vez mais rico, conto com seus comentários e sugestões por e-mail ([email protected] ou pelo Instagram @helderolam).</p><p>Vamos lá?!</p><p><br></p><p><br></p><p><br></p><p><br></p>]]> <![CDATA[&lt;p&gt;Ol&aacute;, voc&ecirc; que acompanham o RJ News Not&iacute;cias!&lt;/p&gt;&lt;p&gt;Meu nome &amp;eacute; H&amp;eacute;lder Santana. E n&atilde;o sei bem se a melhor forma de me apresentar &amp;eacute; a que vem a seguir. Todos temos tantas caracter&iacute;sticas, jeitos de ver e de sermos vistos, que qualquer defini&ccedil;&atilde;o de um ser humano &amp;eacute;, por defini&ccedil;&atilde;o, incompleta. Mas,...]]> <![CDATA[<a href="https 1vu1g //www.freepik.com/free-vector/power-button-vector-purple-icon_17213577.htm#query=start&position=44&from_view=search">Image by rawpixel.com</a> on Freepik]]>